quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Somos realmente livres para escolhermos quem queremos ser?

     Uma pergunta que não requer uma resposta imediata. Seu sentido é que fique vagando em nossas mentes, enquanto é provável que falhamos em tentar negar o quão presos estamos...

     Escreveram uma vez nos Estados Unidos -  THE MORE MONEY YOU NEED TO LIVE... THE LESS FREE YOU ARE! Basicamente quer dizer que quanto mais dinheiro você precisa para viver, menos livre você é/está!

     Cresce naquele país, símbolo do capitalismo e do consumo em larga escala, uma tendência que abala o AMERICAN WAY OF LIFE, do início da década de 20. Grandes casas, grandes carros, consumo de bens de todos os tipos. O estímulo ao consumo acelerado. A obsolescência programada...

     Um novo sonho americano cresce vigorosamente. Sem um motivo especial, passa a conquistar atenção de pessoas jovens e de meia idade, não menos de idosos...

     Gente que busca uma experiência de vida. Viver uma história. Com liberdade. Com simplicidade. No desafio de se equilibrar entre o essencial e o trivial.

     Na verdade, a internet nos revela que essa é uma tendência em várias nações americanas, europeias, asiáticas..., mas que se estabelece em um público específico de mentes. Há algo em comum além da busca por uma vida mais livre, fora das caixas de tensão em geral encontradas no dia a dia de milhares de pessoas, que querem cumprir suas metas e depois dobrar suas metas, trabalham, estudam, acordam de madrugada e dormem tarde, quando o conseguem e não sofrem com a insônia, sinal da ansiedade, resultado das pressões diárias e do pensamento acelerado!

     Para cada pessoa pode haver um sinal diferente. Mas ele parte de dentro. Pode ser despertado por um estímulo externo, a dormência da semente! Ou isso se quebra naturalmente depois de algum tempo. Não sei. O que de fato acontece são mudanças de um padrão.

     Creio que o ano de 2020 e a pandemia, tornaram isso mais crescente. Percebi mudanças na minha maneira de pensar. Penso eu que pode ser influência de leituras, dos anos que vão passando, influência do contexto entorno do que somos e da nossa vulnerabilidade, física, psíquica...

     Ano passado, lembro que tive medo. Reuni minhas coisas quando as aulas foram suspensas com a pandemia. Peguei roupas, limpei o apartamento, desliguei o que podia. Apaguei as luzes e enquanto trancava a porta fiquei pensando quanto tempo eu demoraria para voltar. Em algum momento todos tivemos insegurança eu acredito... dúvidas, medo e esperança.

     A questão é que tal como a semente que germina, se lhe forem dadas as condições, vivemos um tempo de mudança de paradigmas. Enquanto alguns se reinventam para continuar no jogo e faturar, outros querem quem sabe uma vírgula e uma pausa no estilo de vida que levam. Milhões estão tendo coragem e tomando iniciativas de uma vida mais calma, desacelerada...integrada e contemplativa. Quebraram as amarras e agora sentem-se livres!

 

Em La Casa de Papel...

Onde nos encontraríamos?...

     Ou quando será o momento em nossas vidas, em que não teremos mais nada para perder?

     Quantos de nós hoje, dos bilhões que vivemos, já desceram tanto, a ponto de não fazer muita diferença, estar livre, estar preso, vivo ou morto?...

     São muitos! E a pergunta não é se em algum momento nos encontraremos nessa encruzilhada, mas quando chegaremos lá!

     Berlim tem uma vida no mundo do crime, cinco divórcios e uma doença rara terminal. Irmão do professor, pra ele a chegada está mais clara, e nada muito importa pra você quando se sabe que estará morto em quatro meses. Salvo atuar por uma causa em que acredite de fato, como a fidelidade ao irmão e a proteção das outras vidas, quando a sua própria, por si mesma, está condenada!

     Penso que no momento em que chegarmos ao nosso ponto de ruptura com o que importa e o que não importa mais, irá pesar o que deixaremos! Porque depois que formos, ficarão nossas pegadas, ao menos por algum tempo...

     São tantas possibilidades a se pensar que uma série dessas poderia ter um público de abrangência muito superior, desde que orientado, caso explorassem mais o drama e o suspense. Cenas que norteiam a pornografia poderiam pelo menos serem minimizadas; ao meu ver elevaria sobremaneira a qualidade do trabalho!

     Tóquio passará o resto dos seus dias carregando a morte da mãe, do namorado e de Moscou.  Fica presa nas armadilhas do agir explosivo, vítima de seu próprio sangue quente...

     Olhe ao seu passado e encontrará erros. Todos temos. Existirão momentos marcantes de dor, frustração, decepção, alguns por culpa nossa, outros não. Mas eles apesar de estarem no passado, são carregados conosco e nem sempre é muito fácil colocarmos numa caixa e fechar a gaveta. Só podemos ressignificar como nos recomenda Augusto Cury, nossas janelas killer. Como se fosse assim tão simples!