quinta-feira, 31 de julho de 2014

Rumo a São Miguel das Missões, 1º dia



Objetivo da viagem: percorrer mais uma parte do sul do Brasil, centro-oeste/noroeste gaúcho, parte do oeste catarinense, visualizando paisagens diferentes, ampliando nossos horizontes e visando:

    1º - Conhecer as ruínas históricas da missão de São Miguel Arcanjo, fruto do trabalho jesuítico na América, durante o processo colonizador espanhol (principalmente) e português.
    2º - Conhecer a cidade de Itá no oeste de Santa Catarina, onde se construiu durante as décadas de 80 e 90 uma barragem e usina hidrelétrica no rio Uruguai. Esta inundou a cidade antiga, que teve que ser relocada para a parte alta entorno do lago que se formou, construindo-se uma outra cidade, toda planejada.



     Essa foi a segunda vez que pude percorrer parte do centro e noroeste do Rio Grande do Sul. O trecho do primeiro dia nós já havíamos percorrido no  início do ano, quando fomos rumo a Argentina. A paisagem não trouxe muita novidade, se tem em vista grandes áreas produtivas, num planalto ondulado, grandes lavouras que dá gosto de olhar. Em janeiro vimos basicamente milho, agora em julho/agosto muita aveia (para semente) e canola.
Não me canso de ver essa paisagem, à esquerda cultivo de canola,  para óleo, à direita aveia para semente
      De São Miguel das Missões, se você andar um pouco mais de uma centena de quilômetros, estará em São Borja, fronteira com a Argentina e onde se estabeleceu a primeira povoação jesuítica do Brasil. Lá, porém, não encontra-se um marco tão importante como temos em São Miguel.

    Saímos de Pouso Redondo às 5:30 da manhã. Enfrentamos todo tipo de tempo, sol, chuva, calor, frio. Quando nos aproximamos do nosso destino a chuva vinha com vontade e eu desanimei um pouco, pois esta prejudicava a visita às ruínas, bem como qualquer outro passeio. Mas São Pedro colaborou e quando estacionamos na pousada a chuva parou, soprando um bom vento levando esta para outro lado. Agradeci.
Bastante vento, não deu de tirar uma foto boa, deixamos para a saída fazer uma outra, ainda chuviscava um pouco!
  
 
Iluminação durante o espetáculo
     Somente efetivei nossa chegada na Pousada das Missões (fica ao lado do sítio arqueológico - recomendo) e já saímos para ver as ruínas. É preciso adquirir um ingresso, 5 reais por pessoa. Essas ruínas constituem o único patrimônio histórico da humanidade no sul do Brasil. Para assistir ao espetáculo de noite, mais 5 reais cada pessoa! 
Mais um objetivo alcançado

IMPRESSÕES 


     Fica aqui um pouco difícil para descrever o que se sente ao estar num lugar desses, principalmente o que se sente ao assistir o espetáculo de som e luzes que se faz no local, em frente a antiga igreja, todos os dias, desde 1978. Surge dentro da gente uma certa emoção. Sensação parecida eu tive quando me vi lá no alto da cordilheira dos andes, em meio as salinas, as montanhas e o deserto!
     Mas para chegar a esse sentimento é preciso que você procure imaginar aquele tempo, dar espaço para que sua mente volte ao passado da colonização da América, onde Portugal e Espanha, ao longo do século XVI, XVII e XVIII disputavam e negociavam os domínios das terras do sul, morada dos índios guaranis. Esses, que acabaram sendo primeiro conquistados pela cruz e depois dizimados pela espada de ambas as nações colonizadoras. 
Visão interna da igreja - local bem grande, inédito pra época!
As pedras vão sendo encobertas pelas raízes das árvores!
     É uma atração que conquista um pouco mais a pessoa que tem essa sensibilidade pela história. Você não encontrará na cidade uma outra “atração” que não seja referente a esse momento histórico, até porque é um dos únicos locais no mundo onde se tem um pouco mais preservadas essas ruínas.
     Para aqueles que tem vontade de conhecer esse ambiente, recomendo que assistam antes o filme A Missão, o qual aborda bem a questão guaranítica, com imagens inclusive de São Miguel, a qual era a “capital” de um total de 30 povoados oriundos do trabalho exercido pelos jesuítas na América.

Se tens vontade, vá! Se largue na estrada e conheça as ruínas de São Miguel das Missões! Vale a pena!
Temos vários exemplares originais de escultura tanto em madeira quanto em pedra, feitas pelos guaranis e pelos jesuítas
Saindo de São Miguel


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Rumo a São Miguel das Missões!



    Olá pessoal! Vamos aí compartilhando mais uma iniciativa visando expandir horizontes! Dessa vez não tão longe, pois o tempo é curto e há muitas coisas para conciliar!

    Enfrentar 600 km até as ruínas de São Miguel representa algo além de simplesmente ver uma paisagem. Serão quilômetros que levarão a um retorno histórico, indo aos tempos do século XVII e XVIII, quando a América vivia o processo colonizador europeu.
    E nas terras do novo mundo, juntamente com o colonizador, lançaram-se vários Jesuítas, imbuídos da missão de catequizar os índios, aculturando-os dentro da fé católica em vários redutos, chamados de missões, localizados especialmente em terras brasileiras e argentinas.
    Dos famosos 7 povos das missões, conserva-se em ruínas um importante sítio arqueológico, declarado patrimônio mundial em 1983, na cidade gaúcha de São Miguel das Missões. Estão lá as ruínas do antigo povoado de São Miguel Arcanjo. Comunidade composta por índios guaranis, alcançou um interessante desenvolvimento cultural e artístico sob orientação dos padres jesuítas.
    Tal desenvolvimento foi mais tarde prejudicado pelo avanço português e pelo desprezo que estes passaram a ter por esse trabalho religioso, especialmente após o tratado de Madri, de 1750, período em que ocorre a expulsão dos Jesuítas do Brasil. Essa história é bem retratada no filme A Missão.
    Tenho vontade de conhecer esse lugar desde que soube da sua existência. Protelei algumas vezes. Espero agora, no recesso escolar de Julho, poder passar algumas horas nesse local!

Registrarei posteriormente, as impressões em conhecer tal lugar!