Objetivo da viagem: percorrer mais uma parte do sul do
Brasil, centro-oeste/noroeste gaúcho, parte do oeste catarinense, visualizando
paisagens diferentes, ampliando nossos horizontes e visando:
1º - Conhecer as ruínas históricas da missão de São Miguel
Arcanjo, fruto do trabalho jesuítico na América, durante o processo colonizador
espanhol (principalmente) e português.
2º - Conhecer a cidade de Itá no oeste de Santa Catarina,
onde se construiu durante as décadas de 80 e 90 uma barragem e usina
hidrelétrica no rio Uruguai. Esta inundou a cidade antiga, que teve que ser
relocada para a parte alta entorno do lago que se formou, construindo-se uma
outra cidade, toda planejada.
Essa foi a segunda vez que pude percorrer parte do centro e
noroeste do Rio Grande do Sul. O trecho do primeiro dia nós já havíamos percorrido no início do ano, quando fomos rumo a Argentina.
A paisagem não trouxe muita novidade, se tem em vista grandes áreas produtivas,
num planalto ondulado, grandes lavouras que dá gosto de olhar. Em janeiro vimos
basicamente milho, agora em julho/agosto muita aveia (para semente) e canola.
Não me canso de ver essa paisagem, à esquerda cultivo de canola, para óleo, à direita aveia para semente |
De São Miguel das Missões, se você andar um pouco mais de
uma centena de quilômetros, estará em São Borja, fronteira com a Argentina e
onde se estabeleceu a primeira povoação jesuítica do Brasil. Lá, porém, não
encontra-se um marco tão importante como temos em São Miguel.
Saímos de Pouso Redondo às 5:30 da manhã. Enfrentamos todo
tipo de tempo, sol, chuva, calor, frio. Quando nos aproximamos do nosso destino
a chuva vinha com vontade e eu desanimei um pouco, pois esta prejudicava a
visita às ruínas, bem como qualquer outro passeio. Mas São Pedro colaborou e
quando estacionamos na pousada a chuva parou, soprando um bom vento levando
esta para outro lado. Agradeci.
Bastante vento, não deu de tirar uma foto boa, deixamos para a saída fazer uma outra, ainda chuviscava um pouco! |
Iluminação durante o espetáculo |
Somente efetivei nossa chegada na Pousada das Missões (fica
ao lado do sítio arqueológico - recomendo) e já saímos para ver as ruínas. É preciso
adquirir um ingresso, 5 reais por pessoa. Essas ruínas constituem o único
patrimônio histórico da humanidade no sul do Brasil. Para assistir ao espetáculo de noite, mais 5 reais cada pessoa!
Mais um objetivo alcançado |
IMPRESSÕES
Fica aqui um pouco difícil para descrever o que se sente ao
estar num lugar desses, principalmente o que se sente ao assistir o espetáculo
de som e luzes que se faz no local, em frente a antiga igreja, todos os dias,
desde 1978. Surge dentro da gente uma certa emoção. Sensação parecida eu tive
quando me vi lá no alto da cordilheira dos andes, em meio as salinas, as
montanhas e o deserto!
Mas para chegar a esse sentimento é preciso que você procure
imaginar aquele tempo, dar espaço para que sua mente volte ao passado da
colonização da América, onde Portugal e Espanha, ao longo do século XVI, XVII e
XVIII disputavam e negociavam os domínios das terras do sul, morada dos índios guaranis.
Esses, que acabaram sendo primeiro conquistados pela cruz e depois dizimados
pela espada de ambas as nações colonizadoras.
Visão interna da igreja - local bem grande, inédito pra época! |
As pedras vão sendo encobertas pelas raízes das árvores! |
É uma atração que conquista um pouco mais a pessoa que tem
essa sensibilidade pela história. Você não encontrará na cidade uma outra “atração”
que não seja referente a esse momento histórico, até porque é um dos únicos
locais no mundo onde se tem um pouco mais preservadas essas ruínas.
Para aqueles que tem vontade de conhecer esse ambiente,
recomendo que assistam antes o filme A Missão, o qual aborda bem a questão
guaranítica, com imagens inclusive de São Miguel, a qual era a “capital” de um
total de 30 povoados oriundos do trabalho exercido pelos jesuítas na América.
Se tens vontade, vá! Se largue na estrada e conheça as
ruínas de São Miguel das Missões! Vale a pena!
Temos vários exemplares originais de escultura tanto em madeira quanto em pedra, feitas pelos guaranis e pelos jesuítas |
Saindo de São Miguel |