terça-feira, 14 de janeiro de 2014

9º dia: Chuí RS - Pouso Redondo SC



 Distância percorrida: 940 km em cerca de 17 horas!
Média de consumo: 17.5

Pernoitamos em Chuí no Fly hotel, bem próximo a BR e aos free shops, na avenida Brasil. Bom hotel, 190 reais. A avenida Brasil é a única separação entre Brasil e Uruguai nesse local, as pessoas podem circular livremente de um lado para outro. De manhã, após o café, fomos ver algo para comprar, mas tivemos que esperar mais de uma hora, pois abria somente às 9:30.
Entramos e logo percebemos que esses free shops são pura ilusão. De barato não tem nada. Quase tudo é da China, deve ser muito parecido com o comércio paraguaio nesse sentido. O preço é em dólar e como a cotação está um pouco alta, não é vantagem alguma sair com um monte de sacolas do local. Comprei um carrinho para o Heitor, umas garrafas de vinho chileno e caímos fora.
Saímos de Chuí por volta das 10 horas com intenção de chegarmos na casa dos meus pais em Pouso Redondo por volta das 10:30, 11 horas da noite. De fato isso seria possível, mas não contávamos com alguns imprevistos e já tínhamos esquecido que não se pode fazer muita previsão em estradas brasileiras!
O RS na sua parte sul já apresenta cultivo de arroz e criação de gado. Passamos pela reserva natural do Taim, que é uma área de planície alagada. Animais costumam invadir a pista, é preciso atenção e não abusar da velocidade. Vimos várias capivaras mortas, certamente atropeladas, às margens da rodovia. Um animal desses pode causar um grave acidente e baita prejuízo em carros ou motos. Todo cuidado é preciso, assim como na parte final da região do Chaco argentino. Atropelar um animal desse porte, pode significar o fim de uma viagem.
Cultivo de arroz em grande escala no extremo sul do Brasil

Planícies do Taim

Rumamos para Pelotas, em direção a Porto Alegre, capital gaúcha.
Depois de passarmos alguns dias na Argentina, Chile e Uruguai, podemos falar com um pouco mais de propriedade das estradas brasileiras, especialmente de SC e RS, no caso. Sobre isso gostaria de registrar aqui uma reportagem que vimos lá em São Borja, logo cedo, quando iríamos partir para a Argentina. Era um jornal local e a matéria de destaque era justamente o caso de uma estrada de 20 km, que liga não menos que a região que MAIS produz grãos no RS. Estrada de chão. Poeira ou lama. Os moradores indignados, dizem que esperam por mais de 20 anos o asfaltamento, enquanto tem prejuízos pois em época de chuva os caminhões não conseguem sair, nem entrar com produtos. É incrível a falta de compromisso dos políticos. Como não seria esse Brasil se tivéssemos mais honestidade!
Entre Pelotas e Porto Alegre, percorremos pela 116 uma área bastante desenvolvida e populosa. Muita produção agrícola e industrial. Somente agora começam as obras de duplicação. Os trabalhos estão em andamento. O movimento é intenso em pista simples. Pouco depois de Pelotas tivemos que parar e esperar duas horas e meia na pista. Havia ocorrido um acidente envolvendo  3 carretas no final da manhã e a pista só foi liberada depois das 4 da tarde! Quase 10 quilômetros de congestionamento de cada lado! Não vimos nada disso nos nossos vizinhos, nem acidentes, muito menos paradas em congestionamentos. Apenas tínhamos um trânsito mais lento ao passar por grandes cidades, o que é normal. Percorremos centenas de quilômetros e estradas duplicadas em pleno deserto do Atacama. Rodamos por centenas de quilômetros por excelentes rodovias duplicadas na Argentina, mesmo fora de grandes centros e longe do litoral!
É impressionante como o povo brasileiro é desrespeitado quanto a isso (também). Como o povo brasileiro é desconsiderado como contribuinte e como nós somos expostos a arriscar vidas em nossas estradas, e a perdê-las numa média de 200 mortes por dia no país todo! Esses já são dados de uma guerra, que somados a mais 200 mortes por dia, em média, de homicídios, temos uma realidade no mínimo assustadora!
Observando as áreas e o desenvolvimento das regiões no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, em proporção aos seus territórios, podemos afirmar, com certeza, que o Brasil está no mínimo 10 anos atrasado em infraestrutura viária e ferroviária. Lembro que em pleno deserto chileno, às margens dessas ótimas estradas, geralmente ao lado acompanhava uma ferrovia! Ou seja, esse é o pensamento que visa o futuro, mas também o presente!
Chegamos à capital gaúcha já era final de tarde. Cidade muito grande. Muito movimento. Demoramos cerca de uma hora e meia para cruzar, vimos mais 2 acidentes nas vias urbanas. E lá se foi mais perda de tempo.
Quando saímos da capital já estava escuro, logo achamos um posto Ipiranga, abastecemos, fizemos um bom lanche e decidimos só dormir em Pouso Redondo. Sim, talvez não tenha sido a melhor escolha, mas resolvemos enfrentar o trecho. Depois de nove dias a vontade de estar em casa já era grande. Chovia.
No trecho entre Caxias do Sul encontramos muitas serras, curvas pra todo lado. Começamos a achar que iríamos ter que pernoitar em alguma cidade, pois não conhecíamos as estradas e de noite, com chuva, era necessário reduzir bastante a velocidade, íamos em 60, 70. Encostou um ônibus reunidas e nos passou. Pensei: agora é a hora de a viagem render de novo. Acelerei e procurei acompanhar o ônibus que fazia as curvas e subia a serra em velocidade espantosa! Tinha que colocar pressão no petróleo senão não acompanhava! Assim fomos até as proximidades de Vacaria, onde o trecho melhorou, parou um pouco a chuva e ficou bom de andar. Quer dizer, fora os buracos que às vezes apareciam e não dava de desviar! Comentei até com o pai que os carros brasileiros aguentam até demais pelas tantas pancadas que levam!
Chegamos em Pouso já era 3 da manhã! Só encostamos o carro, um banho rápido e cama. No outro dia arrumamos as coisas do pai, conversamos, fizemos as contas da viagem, tomamos um mate e segui para Agrolândia, para rever minha esposa e meu filho!
Na postagem seguinte irei fazer algumas considerações e apresentar os números da viagem!

2 comentários:

LEANDRO SCHREIBER disse...

PARABENS EVANDRO, COM TODA CERTEZA UMA BAITA CONQUISTA. SOU DE POUSO REDONDO E TBM QUERO FAZER ESTE ROTEIRO QUEM SABE METADE DO ANO QUE VEM.

Evandro Cristofolini disse...

Oi Leandro, podes ter certeza que vale a pena e não sai lá tão caro se não quiseres muito luxo e turismo de compras, irei divulgar o custo da viagem na próxima postagem! Um abraço e desde já uma boa viagem pra você!